Mãe, me apaixonei por um rival

21:12:00 Joi Borge 0 Comentários

As risadas bobas, o olhos que brilham, tudo denuncia o amor que chegou e que bateu em nossas portas, tanto sua como minha, achamos que seria perfeito, pelo menos eu em meu interior achei que seríamos a combinação perfeita, a mistura exata de elementos e que seus gostos semelhantes aos meus eram o suficiente, erro da minha pessoa! A perfeição aparente por trás dos gestos, das opiniões e do envolvimento com o futebol camuflou por um tempo a real calamidade por trás de nós dois juntos: Você torce para o time errado!

Como se não bastasse não torcer pro time certo - o meu no caso - você ainda teima em torcer para o rival exato. Está vendo mãe? Vê como é difícil? Já fiz promessa para tudo quanto é santo, se parar pra pensar bem até alguma promessa envolvendo o futebol eu já devo ter feito, pra ver se me mandam um só que torça pro mesmo time que eu, que compartilhe o mesmo sentimento, na mesma sintonia. Não basta apenas amar o futebol, há muitas outras variáveis, você me entende não é mãe? Depois de anos a meu lado me vendo gritar, chorar e comemorar a senhora sabe muito bem do que eu falo.

Aceito de quase um tudo, não sou das piores, mas torcer pro rival não da, vamos terminar! É o sensato não é mãe? Eu não conseguiria apenas fazer a boa moça e confortá-lo nas derrotas, pois eu estaria comemorando a falha do arquirrival, por quem ele idiotamente não cansa de cantarolar sobre, idiota! Mãe eu sei que você diz que amar é superar essas coisas, mas não são coisas pequenas, estou certa? Oras ... Ele torce para o rival, como encarar isso? Não da realmente é demais para o meu auto controle, esse do qual eu já não sou detentora de muito.

Mas pensando bem ... Ele estaria ao meu lado nas derrotas, talvez eu goste dele mais do que aquela vitória de virada o fim de um campeonato. Er ... Eu gosto dele um bocado, mas pense bem mãe, pense mesmo ... Ele torce justamente para o rival, o que vão falar de mim no meio da torcida? Que traí o movimento? Que não sou mais pura e digna? Que estou me misturando? Será que meu coração está me traindo? Trocando um amor de anos de dedicação por um que veio de repente e ah! Como ele e legal, menos quando olha pra mim daquela forma como se dissesse, " te falei pra não torcer pra esse time".

Eu bato o pé, viro a cara e constato os fatos: Não da pra ficarmos juntos mãe, olha pra ele ... É muito diferente e cabeça dura, assim como ... Er, eu mesma. Nesse ponto até que somos iguais. Mas já pensou em datas festivas? Eu tendo que comprar aquele pano de chão que ele beija o escudo e chama de manto? Jamais tocaria em algo tão baixo, minha mão vai cair. Mas a forma como os olhos dele brilham a cantar junto a outros milhares de trouxas como ele ... Ah! O faz ficar até mais bonito, suportável até, não pelo cântico, minha nossa é horrível, prefiro os meus. É mãe, tenho que admitir: Me apaixonei por um rival.