A extinção do bom casamento
Os senhores estão perante a Deus, aceitam esse casamento que promete durar anos e anos? Bom ... Para muito poucos os votos no início de temporada realmente permanecem, muitos pecam pelo excesso de amor ou promessas na lua de mel que é a contratação, o pedido irresistível junto a milhares de dólares, reais, libras ou as diversas moedas do amor parece ser o suficiente para manter um casamento sólido e que traga consigo muitos e muitos filhos, os chamados títulos, só que como todo bom casamento, nem tudo são flores e a lua de mel brilhante dá lugar a um desgastante relacionamento entre torcida e treinador.
Se passar uma temporada no comando de uma equipe já é difícil, imagina só se manter por mais de uma década, chegando a quase virar duas? Doses de persistência, talento e perseverança, o convencimento na voz e as apostas certeiras, quem sabe até mais se apegar as raízes, diversos fatores seguraram Valeriy Lobanosvskiy no Dínamjo de Kiev (1974 a 1990) por 16 anos, Anatoli Volobue no Stal Alchesvsk (1988 a 2006) por 18 anos, Brian Clough no Nottingham Forest (1975 a 1993) por 18 anos e Foppe de Haan no Sc Heerenveen (1985 a 2004) por 19 anos.
Cada qual dia de dificuldade, superado e enfrentado, atravessando novas épocas e se adaptando aos novos tempos, jogadores estrearam e se aposentaram sob o comando de cada um deles, mas suas raízes soberanas os mantiveram unidos, firmes, como uma árvore centenária fincada com raízes mais fortes que as vaias dos torcedores, que as cobranças da diretoria, seria eles maiores que as imagens das próprias equipes que lideram? Um jogador nunca é maior que um clube, mas talvez um treinador seja, ou se equipare na grandeza, nem mesmo casamentos apaixonados duram tanto, mas seus contratos parecem durar.
Ninguém discute a importância de Alex Fergusson a frente do Manchester United, um time que pode ser definido como o pré e o pós de seu mais icônico boss, de 1986 a 2013 Alex guiou com mãos de ferro a esquadra dos red devils e fez do time de Manchester uma máquina a ser temida, muito mais que isso, uma máquina a ser conhecida e a lembrada e levá-lo ao status de lenda, não importa o dinheiro que o Manchester City tenha hoje, para chegar aos pés do United de Fergusson, Guardiola ainda terá que trabalhar muito mais e transformar bilhões em títulos, como o cada vez mais próximo título inglês.
Se os 27 anos de Fergusson a frente do Manchester United chegaram a um fim, um casamento que se tornou proveitoso a findar-se para ambas as partes, outro continua firme e forte, Arsene Wenger se encaminha para seu 22º a frente dos gunners, uma geração inteira de torcedores nasceu e se tornou maior de idade vendo o velho francês de nome similar ao seu clube comandar os reds londrinos, como se Arsene e Arsenal tivessem nascido um para o outro. Se Wenger irá alcançar pelo menos os números de anos a frente do Arsenal que Fergusson conseguiu com o United só o tempo dirá, ele é mais um bom exemplo de raíz bem fincada em um sono duro e frio, mas que já aprendeu a lidar com a tempestuosa Londres e os fervorosos gritos de Wenger Out em busca de um futuro mais jovem para sua equipe, ele ainda representa o futuro, mas com resquícios de passado, os gooners querendo ou não.
0 comentários: